Situada nas faldas da Serra de Sintra, a pouco metros do Palácio de Seteais e do Centro Histórico da Vila, naquela estrada romântica de “Cintra’s glorious Eden”, nas palavras de Lord Byron, e numa simbiose perfeita da mais perfeita criação artística e cultural do espírito humano com a beleza natural do local, encontra-se a Quinta da Regaleira.
Palácio da Regaleira |
Pelos registos existentes, só se conhece um pouco da sua origem, a partir dos finais do século 17, como quinta pertencente a José Leite. Passa depois por vários proprietários, incluindo uma abastada senhora nortenha, de origem inglesa, que foi agraciada com o título de Baronesa de Regaleira. Daqui o nome dado à quinta como hoje a conhecemos.
Em 1892 a Quinta é adquirida pelo Dr. António Augusto Carvalho Monteiro, filho de emigrantes portugueses, no Brasil, e senhores de uma fortuna colossal. Regressado do Brasil com tão poderosa fortuna, Carvalho Monteiro, também conhecido pela alcunha do “Monteiro dos Milhões”, estuda Leis em Coimbra e passa a viver em Portugal. É pessoa de vastíssima cultura e sensibilidade para os mais variados temas artísticos e culturais da Antiguidade Clássica Greco-Latina e das Épocas, Medieval, Contemporânea e Romântica do seu tempo, e tem, ainda, um profundo conhecimento da Simbologia Maçónica, a cuja Ordem pertencia como tantos outros eruditos do seu tempo.
Rodeando-se de artistas e artesãos, das mais variadas especialidades, e contratando um conhecido arquitecto italiano, Luigi Manini, manda construir o palácio e outros edifícios numa perfeita combinação dos estilos, gótico, renascentista e manuelino, e manda embelezar toda a Quinta com lagos, jardins, grutas e estátuas reflectindo toda a magia da cultura clássica em simbiose com uma variedade de símbolos de alquimia, dos templários e de rosa-cruz, próprios do movimento maçónico.
A maior parte da construção do Palácio e decoração da Quinta decorrem nos últimos anos da Monarquia, entre 1904 e 1910.
Acaba por ser adquirida aos descendentes de Carvalho Monteiro por Waldemar d’Orey, em 1942, para alojar a sua numerosa família e em 1987 é vendida ao grupo nipónico Aoki Corporation – um grande grupo no campo da imobiliária e hotelaria, que teve grandes projectos em vários países, incluindo a Quinta da Penha Longa, em Portugal,também no Concelho de Sintra.
Desde então a Quinta manteve-se encerrada até ser adquirida pelo Município de Sintra, em 1997 e, depois de vários restauros, foi aberta ao público e passa a ser, também, um local privilegiado para vários eventos culturais, enriquecendo, deste modo, o valioso património histórico e cultural da Vila de Sintra, Património Mundial da Humanidade.